Amor

Amor

23 março 2012

Apesar do sorriso estar presente em seus lábios,

“os olhos demonstravam o contrário, um vazio profundo e quase evidente. Aquela curva em forma de arco em sua boca era como um escudo, uma armadura de aço, para ninguém perceber o quanto seu coração gritava por dentro, ferido e disperso. Ela se sentia só. Por mais que houvessem pessoas a sua direita, esquerda, na frente e em suas costas, não era o suficiente. Na verdade, faltavam pessoas que se importassem, que a ajudassem a se encontrar, a se cicatrizar. Faltavam amigos de verdade, que não a substituíssem nem partissem. Ela estava exausta de tantas despedidas e partidas, cansada de chorar noites por quem não merecia uma lágrima, cansada das mágoas que fizeram seu coração quente se tornar algo tão frio. Bom, não se tornou assim por vontade própria, mas porque foi necessário, por medo e proteção. O que mais queria agora? Uma xícara de café acompanhada de um colo. Um colo bem quentinho que a confortasse. Um colo quentinho para derreter seu coração quase gélido.” 

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